segunda-feira, 12 de julho de 2010

O espanto de existir


Aqueles que descobrem o próprio existir são tomados de uma sensação de enorme e espantosa aventura. "Eu existo!", admiram-se. Mas como entro nesta aventura filosófica? Os gregos diziam que ela começa a partir da admiração e do espanto.
O existencialismo também partiu desse espanto e admiração para perceber e mergulhar na aventura do existir.

É bom explicar o que é "existir" num sentido filosófico.
O existir tem sua origem etimológica na palavra latina "ex-sistere", que quer dizer "estar em pé, fora de". Isto é, poder observar o próprio ser como se estivesse fora dele. Assim, pode-se dizer que só o homem existe, porque somente ele é capaz de distanciar-se de si mesmo e de seus atos para examiná-los, criticá-los ou valorizá-los. É por isto que apenas os homens batem recordes. Os animais não superam suas marcas. Exatamente porque o atleta - que aqui comparamos ao ser humano - não se contenta com o que consegue é que ele sempre quer ir além do que já alcançou.

Quando ligamos a TV, quase sempre ouvimos que um recorde foi batido e vemos a alegria do atleta quando recebe o resultado. É a humanidade que existe nele que se supera a cada êxito. Esta é a posição do existir: sou assim, mas posso ser mais, ou de um outro jeito.
Mas meu questionar sobre mim e minha consciência não pára por aí. Vou mais longe.
O meu próprio ser: por que existe?
Por que, entre milhões de possibilidades de arranjos genéticos que fariam nascer irmãs ou irmãos meus, logo eu fui ser o escolhido ao fim dessa longa cadeia de acasos?
Que força, ou que jogo de azar, levou aquele espermatozóide - um entre milhões - a chegar milésimos de segundos na frente?

A mais ínfima diferença na série em que sou o ponto final: em vez de mim, ávido de ser eu, haveria apenas outro. Quanto a mim, seria apenas o nada, como se eu estivesse morto. (Foulquié, Pierre. O existencialismo. São Paulo, Difel, 1961, p. 42)


Cenas de violência que presencio na rua, a perda de companheiros queridos ou a traição de um amigo me empurram a pensar no meu existir. Por quê?

Quando me pergunto sobre meu existir, tomo consciência dele. É uma situação parecida com a daqueles momentos em que estou sozinha dentro de um elevador e me deparo com um enorme espelho. Ajeito meu cabelo, aprumo meus ombros... Eu ali, comigo mesmo, tendo de me olhar..
Mais ou menos raros, ocorrem em minha vida momentos fortes - doces ou violentos - doces ou violentos - em que tenho de me olhar de "corpo inteiro". Busco o sentido de tudo.
Penso em mim, nos meus projetos, no mundo que vai me fazendo, neste meu corpo que sou eu.
Pensar é importante. Mas não basta. O pensar não faz o existir. Os textos de Sartre trouxeram-me à memória algumas de minhas idéias de criança.

Morria de medo de que as coisas desaparecessem: acreditava que isto aconteceria se eu não pensasse mais nelas. Sumiria tudo do meu mundo: meus pais, minha cidade, minha escola.
Não é esta a visão existencialista. Meu pensar não dá o ser às coisas, mas as faz existirem com características boas, más, agradáveis ou inúteis. Eu as transformo em objetos para serem conhecidas, ou para serem motivo de agressão ou de construção. Misturando-me à realidade, eu mesmo passo a me reconhecer como útil, agradável, triste ou falso.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Lógica



Quando nos damos conta,
A já é maior do que B,
sem ninguém explicar o porquê.
Logo, o que A pode fazer,
além de exercer poder?

Se A sobre B consegue se naturalizar,
lógico que B fica zangado,
porque mesmo revoltado,
continua controlado.

E assim A e B, B e A
entram na dança do Bê-a-Ba.
O A cumprindo ritual
E o B esperando lição moral.

A está se estressando
E B se humilhando,
mas ninguém se perguntando:
De onde vem esta lógica,
que está nos movimentando?

Olha lá! A e B não param de dançar,
e nem parecem perceber,
que esta lógica pode parar...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Papo Reto


Conforme a historia da humanidade se consolidam as idéias através de rótulos como, socialistas, capitalistas, liberais, anarquistas... Nós seres humanos tentamos nos adaptar em grupos, que na maioria das vezes restringe e se fecha a novas idéias ou ideais, logo devemos aprender que nossas diferenças são o que nos enriquece e o desejo de se expressar seja sobre a sociedade, o estado, a religião, etc. é eminente a todos, logo nossa idéia não é se fechar em um grupo que dita suas verdades, somos pessoas e valorizamos a diversidade.

Este espaço tem como objetivo em seus posts e comentários exercer o direito a liberdade de expressão, desejamos praticar o pensamento livre, debatendo, expressando, discutindo, polemizando, concordando e refutando os conhecimentos acumulados ao longo de nossa historia.

Sinta-se a vontade!