terça-feira, 10 de agosto de 2010

Público




A palavra “público”, à primeira vista, pode até dar a idéia de “algo comum a todos”, entretanto nas próprias expressões que tentam se relacionar com este sentido, pode-se perceber falácias, como por exemplo, em “opinião pública”, que caracteriza o poder da mídia, ou mesmo em “instituição pública”, que afirma o poder estatal. Ou seja, o fato de certa “opinião” representar o “pensamento geral”, já afasta a idéia de “algo comum a todos”, pois ela acaba se configurando como um evidente instrumento de poder. Além disso, o acesso aos prédios de instituições públicas não precisa nem ser “de todos” para que eles possam ser chamados de públicos, uma vez que o Estado oficialmente detém o poder de controlar tudo o que é de “interesse geral”, tudo que é “público”.

Durante a história da humanidade, é fácil notar a constante confusão advinda da questão. No tempo dos reis, por exemplo, o monarca era quem representava esta categoria vaga do “geral” e, com seus poderes plenos , realizava a coisa pública de dentro do palácio, muitas vezes, inclusive, da intimidade do seu próprio quarto, fazendo do “público” coisa privada. No feudalismo, não havendo um lugar central onde realizar o “público”, o senhor feudal exercia seu poder oficial dentro de seus domínios, e mesmo depois da crise feudal, com a intensificação do comércio marítimo, a situação, de certa forma continuou a se reproduzir, ainda que sob outra configuração, pois começaram a surgir novos grupos de interesses privados, que historicamente, grosso modo, deram forma ao chamado burguês, o dono da propriedade privada, possuidor de poderes públicos. Portanto, como pode ser visto, “público” e “privado”, ao longo dos séculos, interagiram entre si constantemente, fazendo com que as esferas e os espaços fossem sempre se confundindo.

Atualmente, na sociedade capitalista, o proprietário privado, por meio dos seus poderes econômicos, alcança seu poder público (alguém consegue alcançá-lo sem ter tais poderes?), pois nesta sociedade (e talvez em qualquer outra), ao invés de “público”, no sentido do início do texto, o que parece haver, na verdade, é “poder público”, o qual acaba sendo representante daquilo que se imagina ser “o” ou “um” público, ou melhor, o que há de fato é uma legitimidade de poder a ser exercido sobre os múltiplos espaços da sociedade, que são convencionalmente reunidos sob o rótulo de “público”.

Mas quem ou que é o “poder público”? Bom, não sendo propriamente o “público”, e sim o representante de suas vontades, facilmente se afirmaria que poderia ser o que resta, ou seja, o setor privado. Entretanto não deve-se deixar de considerar que o termo “privado” é tão problemático quanto “público”. Na atualidade, a própria privacidade, antes um valor importante do homem burguês, não tem tido o seu espaço bem definido. A mídia formou um reino da transparência, onde toda a superficialidade da vida cotidiana é superexposta, e pior, a realização da intimidade só vem sendo considerada concretizada, quando é feita publicamente. Além do mais, se o “privado” tivesse realmente (e simplesmente) se apropriado do “público”, isto teria como provável conseqüência, a anulação de um dos dois, e talvez dos dois, o que talvez venha ocorrendo, embora não de maneira tão simplória quanto possa parecer, pois não há uma hierarquia, não há um vetor, e quem sabe nunca tenha havido nem mesmo a dualidade.

Será mesmo possível demarcar limites? Há como identificar algo que seja “público”? E “privado”? Há algo “privado”, fora da legitimação pela força? Há algo “público”, que não seja instrumento de poder em mãos de poucos? Alguma vez na história já houve “algo comum a todos”? Até que ponto isto seria possível? E “algo exclusivo a uma ou poucas pessoas”, que seja de “interesse geral”, ou melhor, “público”? São tantas as questões, é tamanha a confusão, que não há como, enfim, não indagar: Se “público” e “privado” não existem em si mesmos, por que estas palavras sobrevivem aos séculos? Até que ponto uma ilusão constrói os mundos?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Os interesse nacionais escondidos nos discursos de justiça de mercado

A alguns dias a revista the economist fez uma critica ao BNDES por fazer empréstimo a juros baixo e por não fornece dados de sua cartela de clientes. Ao me pergunta qual é o problema disso? percebi que o problema não esta aqui ele esta la. um banco que financia investimento nacional vai provoca uma maior competição do empresário nacional frente ao extrageiro. Bem, dai fica fácil saber o porque a mídia estrangeira considera injusto os juros praticado no brasil pelo BNDES. No mundo capitalista, existe uma competição entre empresários apoiados pelo seu estado e mídia de origem. Para fazer sua critica eles utilizam como justiça de mercado, liberdade de mercado e benefícios da competição. Vejam se eles pregam isso, porque nunca retiram suas medidas protecionistas como os subsídios agrícolas dos países desenvolvidos e taxas proteccionistas de produtos de larga escala de produção interna?

O discurso liberal serve então para convencer os outros que a liberdade de mercado é benéfica, mais oque importa na verdade é que a liberdade facilita a dominação do mercado dos países subdesenvolvidos por empresa de países com capitalismo desenvolvidos! mais oque tem de errado na teoria deste discurso? nada; Ele não explica que as empresas de países desenvolvidos tem vantagem frente a nossa, seja via escala de produção que faz cair os custo, ou via tecnologia de produção e de produto que alem de diminuir os custos cria um diferencial que trás ganhos de competitividade a estas empresas.

Os investimentos das empresa fazem com que elas adquirem mais desenvolvimento tecnologico e mais mercado tendo assim escala competitiva. Desta maneira é fundamental haver investimento barato dentro de uma nação para o seu desenvolvimento. Por isso o BNDES incomoda tanto la fora!