segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Perdido no tempo

... Era jovem e promissor. Tinha um bom coração e uma pasta cheia de boas ideias, estudos e argumentos. Já não podia discernir quantas vezes havia passado pela porta daquele elevador. Talvez se pudesse contar, poderia ter certeza de que já não era jovem, de que seu cansaço era proveniente da idade e de um merecido descanso que jamais o deram. Mas sempre que entrava ali, sua mente falhava... Novamente... os olhos piscavam, levava dois dedos à cabeça, fechava os olhos com força... e o desconforto ia embora. Era o cansaço que o corroia. Sentia-se entorpecido e disperso. Afinal aqueles que nunca dormem, jamais acordam.

É interessante como não medimos as ideias na unidade de tempo que levamos para dizê-las por completo em nossas mentes. De lá, um gigantesco observatório, podemos ver todo o trabalho de nossas mentes e todas as relações que esses trabalhos mantêm entre si. Mas, por outro lado, não é possível desassociar essa tarefa do tempo. Por mais rápida que seja, e que seja tão rápida para fugir aos nossos olhos de vê-la funcionar, a mente trabalha em unidades de tempo. Por isso quem jamais tem tempo, jamais tem novas ideias. A mente fica estagnada, incapaz de fluir, muito embora várias das mentes estagnadas não sofram desse mal. Por isso dizemos que mentes que optam por não renovar seu acervo de ideias estão paradas em tempos obsoletos e passados. Enquanto o elevador fazia um movimento qualquer, ele tirava um minuto de sua rotina para descansar e pensar nas pequenas coisas que faziam esse inferno valer a pena. Então ele, como quem segue um roteiro, visita as partições do tempo em sua memória e do espaço em seu cérebro que guardam aquele precioso sorriso daquela linda mulher. Esposa... Quase não se lembra de como ela é exatamente, e se surpreende sempre que a lembrava. Como rever alguém familiar, mas que não tem lugar em sua memória. De como aquele doce sorriso compartilha um rosto com aqueles cabelos que já não se pode dizer se são escuros ou claros. Afinal, quem não tem a oportunidade de dedicar tempo às coisas importantes não pode lembrar muito bem do que lhe é importante. Mas ele é esforçado e consegue lembrar de sua esposa... ah sim, e de seus filhos também.

Então, o elevador para, as portas se abrem e ele adentra no corredor do andar de seu escritório. Um luxuoso andar, com o piso feito de mármore e janelas altas e panorâmicas. De lá podia ver tudo aquilo que não tinha valor algum. Um verdadeiro templo do poder, pois os reis daquele palácio podiam tanto que gastavam enormes somas com coisas que carecem de qualquer importância. Ele atravessa o corredor numa marcha que fez tantas vezes que se tornou irritante fazê-la. E era tão repetitiva que jurava havê-la feito antes de chegar em casa na noite anterior.

Então, ele abre a porta de seu escritório e atravessa a sala de espera onde pessoas, que não se sabe dizer quem são, o esperam com os mesmos problemas típicos que ele sabe que terá de resolver. Ele já não sabe notá-las, não sabe dizer no que elas se fazem diferentes umas das outras ou no que elas compartilham de semelhante com ele. Logo nota que já não sabe diferenciar se estiveram mesmo ali no dia anterior, esboçando assim uma conclusão, que logo descarta:

- Não, isso é absurdo. - diz suspirando e organizando os formulários sobre a mesa.

Seja lá o que estivesse pensando, já não era importante. A questão agora era o trabalho. Então ele começava a arrumar aquela mesa e a separar o trabalho que não havia terminado no dia anterior. Certamente era muito estranho e ruminava consigo mesmo: “Que trabalho é tão grande ao ponto de jamais estar acabado? Ou perdi minha capacidade em meu ofício e já não sei distinguir que trabalho não está acabado ao ponto de ver todos meus trabalhos como uma coisa só?” Então ele colocava aquela mesa em ordem e separava os formulários e documentos incompletos. Esses faria enquanto almoçava, e os faria com tamanha pressa que estariam prontos para serem protocolados antes do horário de almoço acabar. Então começava as entrevistas. E novamente teve aquela sensação de que não podia discernir entre as pessoas que se sentavam a sua frente para compartilhar com ele os problemas que os atormentavam, e para os quais esperavam respostas vindas dele. Chegava a ser irritante. Parecia até que a mesma pessoa, sem rosto, saia para dar-lhe folga aos ouvidos para voltar alguns minutos depois. Certamente era uma sensação inoportuna e o fazia perder a calma com os clientes, como se já houvesse dito a mesma coisa com o mesmo cliente nos últimos dias em que esteve trabalhando.

Essa estranha entrevista que se repetia a manhã toda o tirava do sério. Cada interrupção era extremamente desinteressante, inodoras, incolores e insípidas. Antes fossem interrupções sérias, antes fossem interrupções que de tão ruins ele teria a certeza de que nada seria o mesmo após as mesmas. Antes tivesse colocado a mão por debaixo da saia daquela colega e feito algo de errado. Antes fossem interrupções horrendas. Interrupção drástica de tudo. Fim dessa insuportável história sem fim. Daí dava-se conta de que aquilo não era algo que pudesse parar, pois não podia parar. Não podia tolerar a interrupção de si, pois ainda havia muito por fazer... Logo notava que essas interrupções eram completamente improdutivas e que por mais que almejassem o fim do trabalho, não contribuíam para tal objetivo. Então retomava o trabalho, certo de que agora terminaria todo o expediente da manhã, mas recorreria a tais interrupções de novo.

Após o expediente da manhã, e um pequeno atraso no início de seu almoço, ele começa a almoçar e a trabalhar no que ficara incompleto na noite anterior. O almoço em si toma a menor parte desse tempo, de forma que ele tem de comer algo rápido e simples. E a hora do almoço, que deveria durar uma hora, passa a ser de cinco minutos. Então ele termina o que não havia terminado na noite anterior.

A tarde era mais simples. Por uma questão de destino, ou de sorte, o escritório era menos frequentado nesse período. Mas ainda assim fazia consultas e atendimentos. Não saia do escritório nem para as audiências, pois outro advogado se encarregava de fazê-las. Os clientes que entravam em seu escritório, à tarde, não eram muito diferentes daquele cliente genérico que o tomava a paciência de manhã. No entanto, com maiores intervalos entre as entrevistas de tarde, sua paciência não ficava tão desgastada. Talvez por isso, à tarde, o trabalho parecesse mais produtivo. Tinha mais tempo para pensar sobre as questões que estudava. Eis que em algum momento, o cliente lhe narrava algum problema que lhe deixava apreensivo e inquieto. Em suma podia ser resumido na falta de atenção de algum burocrata. Alguém não estava fazendo o trabalho de forma adequada. Talvez o advogado anterior, talvez algum funcionário público descuidado. Dada a situação só podia concluir pela impotência do sistema e de como deveria ser mudado para que não sofresse de tal problema. Burocratas mais probos, mais estudados e menos negligentes. E nada o deixava tão curioso quanto as tais falhas. Afinal, se o sistema é cheio de vísceras, órgãos internos que tem por objetivo impedir erros, como era possível uma falha dessas? Então era ali que percebia que tinha algo de comum com seu cliente. O que devia lhe facilitar a vida era o que lhe sepultava a liberdade. Um sistema burocrático que tem tantas instâncias quanto falhas só pode servir à reprodução de um mesmo problema.

Era neste momento do dia que sentia compaixão por seus clientes. Era ali que sentia que tinha algo de comum com aquelas pessoas. Muito embora continuasse inapto para distingui-las. Mas não era algo que realmente fizesse diferença no trabalho. Servia-lhe de motivador, mas sabia que teria de redigir todos aqueles documentos, estivesse motivado ou não.

Ao final da tarde, geralmente, era requisitado por algum sócio de peso do escritório para analisar algum caso de relevância. Então ele passava essas horas do final do dia lendo e pesquisando um assunto que julgava banal e desinteressante. Essas horas finais eram maçantes, considerando que geralmente era uma questão delicada que exigia uma resposta até o fim do dia. E então quando tinha a resposta, momento que pertencia a sua rotina noturna, ele começava a redação e a organização dos documentos necessários para superar o problema. Então, já exausto do trabalho, se revoltava. Colocava os papeis em uma pilha separada. Argumentava para si mesmo, a fim de não se sentir culpado, que o expediente no juízo já havia terminado e que nada iria ser feito antes do dia seguinte. Então colocava algumas cópias na pasta, tomava o paletó em mãos e vestia-o. Saia da sala e dirigia-se ao elevador. A essa altura o prédio já estava vazio. Ele era o último a sair e os corredores estavam tão serenos como quando chegou. Atravessava o corredor desfazendo a marcha que fez de manhã. Entrava no elevador, e mesmo sabendo que algo daquilo iria se repetir, estava satisfeito. Alimentava a doce ilusão de que o trabalho lhe comprava tempo e de que se continuasse assim seria feliz e estaria descansando logo.

Era jovem e promissor. Tinha um bom coração e uma pasta cheia de boas ideias, estudos e argumentos. Já não podia discernir quantas vezes havia passado pela porta daquele elevador. Talvez se pudesse contar, poderia ter certeza de que já não era jovem, de que seu cansaço era proveniente da idade e de um merecido descanso que jamais o deram. Mas sempre que entrava ali, sua mente falhava... Novamente... os olhos piscavam, levava dois dedos à cabeça, fechava os olhos com força... e o desconforto ia embora. Era o cansaço que o corroia. Sentia-se entorpecido e disperso. Afinal aqueles que nunca dormem, jamais acordam...

sábado, 30 de outubro de 2010

Divagações - Do bom Filósofo

Um bom filósofo se reconhece por sua estirpe: está no modo de falar, pensar e no expressar - em todos os sentidos, tanto corporalmente quanto dialeticamente; todavia ambos se entrelacem - que desemboca na sutileza com que trata aquilo que diz.
Sua percepção, ao contrário dos intelectuais livrescos, é naturalmente apurada no sentido de ver questões filosóficas aonde elas estão - ou seja: em todo e qualquer lugar, e em lugar nenhum.

Torna-se, portanto, desnecessário - e até em certa medida é sinal de "má postura" - o tratamento de questões sempre pelo viés dicotômico, que vê filosofias aonde há Filosofia.

Tal sintoma não é ao acaso: trata-se de um resquício remoto de um iluminismo, que engendra-se na própria linguagem; e eis porque o bom filósofo, mesmo que limitado pela linguagem, apodera-se da poética - que ao meu ver é o que de melhor a linguagem pode nos oferecer de, e também o seu lado mais belo - para deliberar sobre assuntos que, todavia é um todo holístico e considerável enquanto fenômeno.
No entanto, muitas vezes o bom filósofo deve permanecer em silêncio, - que em verdade é o que mais tem a "dizer" e também um reflexo de sua generosidade - mesmo que seu silêncio só seja de fato compreendo por ele mesmo e por pessoas de percepção igualmente apurada.

Em síntese, tal frase encerra um bom alvitre: não se pode aprender "filosofias", só se pode aprender a Filosofar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Limbo

Hoje mesmo estava lendo uma série de artigos de blogs que tem por ai. Em sua maioria, adeptos do liberalismo discutindo pormenores da “liberdade” consagrada por eles. Então, um deles, por exemplo, mostrava que o sistema de produção baseado na livre concorrência e na livre iniciativa (veja bem, ele não usou a palavra capitalista) teria erros. Mas mesmo com esses erros, que segundo ele tratam-se de pormenores que afetam apenas a quem não trabalha, tal sistema de produção de riquezas é o melhor que existe.

Mesmo que “houvessem” tantos erros “assim como dizem os comunistas”, ainda sim seriam “perdoáveis”. O sistema baseado na livre iniciativa, seria segundo ele, pleno porque consagra o mínimo necessário de liberdade para que todo homem realize a plenitude de sua própria liberdade. O trabalhador não pode reclamar, afinal ele é livre, e qualquer liberdade maior que essa vai contra os princípios da boa manutenção da propriedade.

A rigor, um monte de lorota mal escrita. Mas achei interessante, porque se esse tipo de discurso liberal (que encontramos muitas vezes por ai) for colocado para contrastar com dados, denuncias e outros discursos, nota-se um vazio discursivo, ocupado pelos marginais, excluídos, pobres e todo tipo de gente que simplesmente não consegue “comprar o título de nobreza”.

Pode ser que um estudo mais profundo o descreva tal vazio de forma diferente. E para falar a verdade, não me surpreenderia se um estudo profundo notasse que tal "espaço" não existe. Até agora, ele é simplesmente o espaço discursivo que o capitalista-liberal tem de aceitar e o capitalista-rei reprime. É a exata diferença entre um “democrata liberal” e um “estatizante opressor”. A impressão que eu tenho, é que essa diferença de discurso existe para tornar o liberalismo apresentável. Uma alternativa "liberal" ao próprio capitalismo, como se ambas alternativas fossem, na verdade, representações da “democracia” e do “autoritarismo”.

Como esse espaço se configura? Ele configura-se a partir das liberdades mínimas conjugadas com as vozes dos corpos “marginalizados”. A manutenção das liberdades “fundamentais” em corpos engajados em protestos. Sindicalistas, feministas, anarquistas, comunistas, pobres e etc... Quando esses corpos produzem discursos que denunciam a sorte a que são deixados, os oradores das políticas “liberais” logo colocam-se de forma a exibir o quão “vagabundos” são esses “arruaceiros” ou o quão lindo é isso de direitos fundamentais e quão importante é fazer a manutenção desse sistema que tolera a existência resistida desses corpos. No capitalismo você é explorado, enquadrado, taxado, controlado, entre outras coisa. E esse espaço é justamente onde o liberal transforma a crítica a economia política em apologia ao “uniforme liberal da democracia”.

Esse é o limbo bizarro ao qual estão condenados os oradores “contra-capital”. Esse maravilhoso “espaço” que faz a agonia de ter de protestar parecer uma festa democrática. Onde a razão do protesto é “traduzido” num gozo político. Razão de protestar se equipara a razão de ser feliz. Espaço onde insatisfação só pode ser entendida como satisfação. É esse tipo de coisa que me faz concluir que não somos livres... Apenas fomos esquecidos.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Público




A palavra “público”, à primeira vista, pode até dar a idéia de “algo comum a todos”, entretanto nas próprias expressões que tentam se relacionar com este sentido, pode-se perceber falácias, como por exemplo, em “opinião pública”, que caracteriza o poder da mídia, ou mesmo em “instituição pública”, que afirma o poder estatal. Ou seja, o fato de certa “opinião” representar o “pensamento geral”, já afasta a idéia de “algo comum a todos”, pois ela acaba se configurando como um evidente instrumento de poder. Além disso, o acesso aos prédios de instituições públicas não precisa nem ser “de todos” para que eles possam ser chamados de públicos, uma vez que o Estado oficialmente detém o poder de controlar tudo o que é de “interesse geral”, tudo que é “público”.

Durante a história da humanidade, é fácil notar a constante confusão advinda da questão. No tempo dos reis, por exemplo, o monarca era quem representava esta categoria vaga do “geral” e, com seus poderes plenos , realizava a coisa pública de dentro do palácio, muitas vezes, inclusive, da intimidade do seu próprio quarto, fazendo do “público” coisa privada. No feudalismo, não havendo um lugar central onde realizar o “público”, o senhor feudal exercia seu poder oficial dentro de seus domínios, e mesmo depois da crise feudal, com a intensificação do comércio marítimo, a situação, de certa forma continuou a se reproduzir, ainda que sob outra configuração, pois começaram a surgir novos grupos de interesses privados, que historicamente, grosso modo, deram forma ao chamado burguês, o dono da propriedade privada, possuidor de poderes públicos. Portanto, como pode ser visto, “público” e “privado”, ao longo dos séculos, interagiram entre si constantemente, fazendo com que as esferas e os espaços fossem sempre se confundindo.

Atualmente, na sociedade capitalista, o proprietário privado, por meio dos seus poderes econômicos, alcança seu poder público (alguém consegue alcançá-lo sem ter tais poderes?), pois nesta sociedade (e talvez em qualquer outra), ao invés de “público”, no sentido do início do texto, o que parece haver, na verdade, é “poder público”, o qual acaba sendo representante daquilo que se imagina ser “o” ou “um” público, ou melhor, o que há de fato é uma legitimidade de poder a ser exercido sobre os múltiplos espaços da sociedade, que são convencionalmente reunidos sob o rótulo de “público”.

Mas quem ou que é o “poder público”? Bom, não sendo propriamente o “público”, e sim o representante de suas vontades, facilmente se afirmaria que poderia ser o que resta, ou seja, o setor privado. Entretanto não deve-se deixar de considerar que o termo “privado” é tão problemático quanto “público”. Na atualidade, a própria privacidade, antes um valor importante do homem burguês, não tem tido o seu espaço bem definido. A mídia formou um reino da transparência, onde toda a superficialidade da vida cotidiana é superexposta, e pior, a realização da intimidade só vem sendo considerada concretizada, quando é feita publicamente. Além do mais, se o “privado” tivesse realmente (e simplesmente) se apropriado do “público”, isto teria como provável conseqüência, a anulação de um dos dois, e talvez dos dois, o que talvez venha ocorrendo, embora não de maneira tão simplória quanto possa parecer, pois não há uma hierarquia, não há um vetor, e quem sabe nunca tenha havido nem mesmo a dualidade.

Será mesmo possível demarcar limites? Há como identificar algo que seja “público”? E “privado”? Há algo “privado”, fora da legitimação pela força? Há algo “público”, que não seja instrumento de poder em mãos de poucos? Alguma vez na história já houve “algo comum a todos”? Até que ponto isto seria possível? E “algo exclusivo a uma ou poucas pessoas”, que seja de “interesse geral”, ou melhor, “público”? São tantas as questões, é tamanha a confusão, que não há como, enfim, não indagar: Se “público” e “privado” não existem em si mesmos, por que estas palavras sobrevivem aos séculos? Até que ponto uma ilusão constrói os mundos?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Os interesse nacionais escondidos nos discursos de justiça de mercado

A alguns dias a revista the economist fez uma critica ao BNDES por fazer empréstimo a juros baixo e por não fornece dados de sua cartela de clientes. Ao me pergunta qual é o problema disso? percebi que o problema não esta aqui ele esta la. um banco que financia investimento nacional vai provoca uma maior competição do empresário nacional frente ao extrageiro. Bem, dai fica fácil saber o porque a mídia estrangeira considera injusto os juros praticado no brasil pelo BNDES. No mundo capitalista, existe uma competição entre empresários apoiados pelo seu estado e mídia de origem. Para fazer sua critica eles utilizam como justiça de mercado, liberdade de mercado e benefícios da competição. Vejam se eles pregam isso, porque nunca retiram suas medidas protecionistas como os subsídios agrícolas dos países desenvolvidos e taxas proteccionistas de produtos de larga escala de produção interna?

O discurso liberal serve então para convencer os outros que a liberdade de mercado é benéfica, mais oque importa na verdade é que a liberdade facilita a dominação do mercado dos países subdesenvolvidos por empresa de países com capitalismo desenvolvidos! mais oque tem de errado na teoria deste discurso? nada; Ele não explica que as empresas de países desenvolvidos tem vantagem frente a nossa, seja via escala de produção que faz cair os custo, ou via tecnologia de produção e de produto que alem de diminuir os custos cria um diferencial que trás ganhos de competitividade a estas empresas.

Os investimentos das empresa fazem com que elas adquirem mais desenvolvimento tecnologico e mais mercado tendo assim escala competitiva. Desta maneira é fundamental haver investimento barato dentro de uma nação para o seu desenvolvimento. Por isso o BNDES incomoda tanto la fora!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O espanto de existir


Aqueles que descobrem o próprio existir são tomados de uma sensação de enorme e espantosa aventura. "Eu existo!", admiram-se. Mas como entro nesta aventura filosófica? Os gregos diziam que ela começa a partir da admiração e do espanto.
O existencialismo também partiu desse espanto e admiração para perceber e mergulhar na aventura do existir.

É bom explicar o que é "existir" num sentido filosófico.
O existir tem sua origem etimológica na palavra latina "ex-sistere", que quer dizer "estar em pé, fora de". Isto é, poder observar o próprio ser como se estivesse fora dele. Assim, pode-se dizer que só o homem existe, porque somente ele é capaz de distanciar-se de si mesmo e de seus atos para examiná-los, criticá-los ou valorizá-los. É por isto que apenas os homens batem recordes. Os animais não superam suas marcas. Exatamente porque o atleta - que aqui comparamos ao ser humano - não se contenta com o que consegue é que ele sempre quer ir além do que já alcançou.

Quando ligamos a TV, quase sempre ouvimos que um recorde foi batido e vemos a alegria do atleta quando recebe o resultado. É a humanidade que existe nele que se supera a cada êxito. Esta é a posição do existir: sou assim, mas posso ser mais, ou de um outro jeito.
Mas meu questionar sobre mim e minha consciência não pára por aí. Vou mais longe.
O meu próprio ser: por que existe?
Por que, entre milhões de possibilidades de arranjos genéticos que fariam nascer irmãs ou irmãos meus, logo eu fui ser o escolhido ao fim dessa longa cadeia de acasos?
Que força, ou que jogo de azar, levou aquele espermatozóide - um entre milhões - a chegar milésimos de segundos na frente?

A mais ínfima diferença na série em que sou o ponto final: em vez de mim, ávido de ser eu, haveria apenas outro. Quanto a mim, seria apenas o nada, como se eu estivesse morto. (Foulquié, Pierre. O existencialismo. São Paulo, Difel, 1961, p. 42)


Cenas de violência que presencio na rua, a perda de companheiros queridos ou a traição de um amigo me empurram a pensar no meu existir. Por quê?

Quando me pergunto sobre meu existir, tomo consciência dele. É uma situação parecida com a daqueles momentos em que estou sozinha dentro de um elevador e me deparo com um enorme espelho. Ajeito meu cabelo, aprumo meus ombros... Eu ali, comigo mesmo, tendo de me olhar..
Mais ou menos raros, ocorrem em minha vida momentos fortes - doces ou violentos - doces ou violentos - em que tenho de me olhar de "corpo inteiro". Busco o sentido de tudo.
Penso em mim, nos meus projetos, no mundo que vai me fazendo, neste meu corpo que sou eu.
Pensar é importante. Mas não basta. O pensar não faz o existir. Os textos de Sartre trouxeram-me à memória algumas de minhas idéias de criança.

Morria de medo de que as coisas desaparecessem: acreditava que isto aconteceria se eu não pensasse mais nelas. Sumiria tudo do meu mundo: meus pais, minha cidade, minha escola.
Não é esta a visão existencialista. Meu pensar não dá o ser às coisas, mas as faz existirem com características boas, más, agradáveis ou inúteis. Eu as transformo em objetos para serem conhecidas, ou para serem motivo de agressão ou de construção. Misturando-me à realidade, eu mesmo passo a me reconhecer como útil, agradável, triste ou falso.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Lógica



Quando nos damos conta,
A já é maior do que B,
sem ninguém explicar o porquê.
Logo, o que A pode fazer,
além de exercer poder?

Se A sobre B consegue se naturalizar,
lógico que B fica zangado,
porque mesmo revoltado,
continua controlado.

E assim A e B, B e A
entram na dança do Bê-a-Ba.
O A cumprindo ritual
E o B esperando lição moral.

A está se estressando
E B se humilhando,
mas ninguém se perguntando:
De onde vem esta lógica,
que está nos movimentando?

Olha lá! A e B não param de dançar,
e nem parecem perceber,
que esta lógica pode parar...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Papo Reto


Conforme a historia da humanidade se consolidam as idéias através de rótulos como, socialistas, capitalistas, liberais, anarquistas... Nós seres humanos tentamos nos adaptar em grupos, que na maioria das vezes restringe e se fecha a novas idéias ou ideais, logo devemos aprender que nossas diferenças são o que nos enriquece e o desejo de se expressar seja sobre a sociedade, o estado, a religião, etc. é eminente a todos, logo nossa idéia não é se fechar em um grupo que dita suas verdades, somos pessoas e valorizamos a diversidade.

Este espaço tem como objetivo em seus posts e comentários exercer o direito a liberdade de expressão, desejamos praticar o pensamento livre, debatendo, expressando, discutindo, polemizando, concordando e refutando os conhecimentos acumulados ao longo de nossa historia.

Sinta-se a vontade!

domingo, 20 de junho de 2010

Provérbio

"Sabei valorizar os verdadeiros velores que se dão valor por sua própria valoria; assim saberás o que vos vale"

(testando)

Dentro do círculo mágico, ninguém é magia de fato.

No mais, é pura sedução!
Pois repare bem, cara! O seduzido é quem seduz, ora bolas!!

Testanto, testando, som, testando, letra, testando...