terça-feira, 2 de setembro de 2014

- Da degeneração Humana

Toda espécie de comportamento animal - humano e não humano - perpassa pelo crivo dos instintos. Posteriormente se circunscreve por alguma via fisiológica que engendra-se nu'm determinado ser em específico.

Dos diversos instintos que operam no ser humano, o mais primal e ancestral de todos é o do medo, e é inclusive, através dele que se desdobra um infinito de outros instintos, que operam em vias tão sutis que não são perceptíveis a uma consciência, tampouco se proscrevem de forma fisiológica no ser, visto que eles interagem por outras instâncias.

A violência é, equanimemente, outra instância a qual somos impelidos, e ela é, até certo modo, sinal de vigor e vitalidade. Todo ser saudável irrompe sagazmente o furor de uma carapaça não corrompida, não degenerada, de instintos fortes e viris, e em última instância, a própria vida se delimita na capacidade de hostilizar, para perpetuar-se a si mesma enquanto soberana.

Eis porquê, todo ser que vive deve estar apto a defender-se da violência que lhe poderia ser perpetrada, em um ambiente de hostilidade e sobrevivência, aonde todos eles possuem ferramentas necessárias para a manutenção desse modus operandi - sem que isso, conquanto, engendre, necessariamente, a auto-destruição ou a compulsividade mórbida,ou a agressão no sentido de premeditar o mau - comportamento exclusivamente humano - pois esta é característica da psique humana - dada patologia que engendra-se pelas vias do espírito humano.

Entretanto as civilizações humanas, ao longo dos milênios, foram condicionadas a tornarem-se passivas e dóceis - e lhe disseram que na docilidade consistia a chave para a paz e a tranquilidade de espírito e da vida terrena, como também suprimiu-se (reprimiu-se) todo ímpeto de violência, tornando-o moralmente inaceitável.

Tal inversão de valores, gerou uma espécie de ser que aceita todo tipo de calamidade e perversidade e que encontra-se tão débil que outorga a autoridade de suas ações para instituições macabras (o Estado é a própria encarnação do Mau), que, em última instância são os "ícones de barro" que respaldam a falta de autonomia, de uma relação metonímica com sua própria existência.

Em suma, todo comportamento humano é tido, de antemão, como passível de logro - a não ser que esteja respaldado por alguma autoridade que lhe conceda tal privilégio! Os atos mais simples, que podem ser observados a olho nu por quem quer que seja, devem agora ser validados por ciências e revelações apoteóticas, pois do contrário tornam-se opacas e sem valor.

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